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O rotativo do cartão de crédito é uma modalidade de crédito que permite ao consumidor pagar apenas uma parte da fatura e financiar o restante, com juros altos. Segundo dados do Banco Central, a taxa média de juros do rotativo em fevereiro de 2023 foi de 329,6% ao ano.
Em uma sabatina no plenário do Senado nesta quinta-feira, 10, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou que o rotativo do cartão de crédito deve deixar de existir. Ele disse que o grupo de trabalho formado pelo BC, governo e bancos deve apresentar nos próximos 90 dias uma solução para substituir o rotativo por outra forma de parcelamento da fatura.
“Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado. Deve ser anunciado nas próximas semanas”, afirmou Campos Neto. Ele admitiu que o BC deveria ter tomado medidas antes para solucionar o problema do rotativo, que considera um “grande problema”.
Campos Neto não deu detalhes sobre como será o novo sistema de parcelamento da fatura, mas disse que ele deve ser semelhante ao limite de juros do cheque especial, que foi fixado em 8% ao mês pelo BC em 2020. Ele disse que essa medida atingiu o objetivo de reduzir os juros e aumentar a competição entre os bancos.
Ele também disse que o parcelado sem juros, que é uma prática comum no Brasil, ajuda a atividade econômica, mas tem aumentado muito as parcelas. Ele afirmou que o Brasil é um dos países que mais tem cartões de crédito no mundo, com exceção da China, e que o BC está estudando soluções para reduzir o número de cartões sem prejudicar o varejo.
O presidente do Banco Central aproveitou a ocasião para defender a aprovação da reforma tributária, que já foi votada em dois turnos na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado. Ele disse que a reforma tributária é muito importante para o país, pois vai simplificar o sistema tributário brasileiro e contribuir para o aumento da eficiência da economia no médio prazo.
“A reforma tributária é muito importante para o País, no que esteve ao meu alcance conversei com as pessoas para convencê-las. Temos várias disparidades na tributação, não sei se vamos conseguir consertar todas, mas a proposta que está tramitando é melhor do que o sistema que temos hoje”, afirmou Campos Neto. Ele disse que tem apoiado a reforma tributária e espera que ela seja aprovada em breve.
Fonte; BC