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Relatório aponta desigualdade salarial estável e mostra que mulheres negras recebem 52,5% a menos que homens não negros.
As mulheres brasileiras receberam, em média, 20,9% a menos que os homens em 2024, conforme dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado nesta segunda-feira (07/04) pelos ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego (MTE). O estudo abrangeu mais de 53 mil estabelecimentos com 100 ou mais empregados, somando 19 milhões de vínculos formais.
A diferença salarial permanece praticamente estável em relação aos anos anteriores — em 2023, a diferença era de 20,7% e, em 2022, de 19,4%. Em valores médios, os homens receberam R$ 4.745,53, enquanto as mulheres tiveram rendimento médio de R$ 3.755,01. Entre as mulheres negras, a média salarial foi de R$ 2.864,39.
Desigualdade persiste em cargos de chefia e entre pessoas com ensino superior
Nos cargos de alta gestão, como diretorias e gerências, a diferença é ainda maior: mulheres recebem 26,8% a menos que os homens. Quando se considera apenas profissionais com nível superior completo, a diferença chega a 31,5%.
De acordo com o relatório, as mulheres negras recebem, em média, 52,5% a menos que os homens não negros. Em 2023, essa diferença era de 49,7%.
“Desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, afirmou a ministra da Mulher, Cida Gonçalvez.
Participação no mercado de trabalho cresce, mas rendimento segue desigual
Os ministérios destacaram avanços na presença das mulheres no mercado de trabalho. O número de mulheres negras contratadas aumentou de 3,2 milhões para 3,8 milhões. Também houve queda no número de empresas com menos de 10% de mulheres negras no quadro funcional — de 21,6 mil para 20,4 mil.
O número total de mulheres empregadas passou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões em 2024, enquanto o de homens cresceu de 48 milhões para 53,5 milhões no mesmo período. No entanto, a participação feminina na massa total de rendimentos variou pouco: de 35,7% para 37,4%.
“Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, afirmou Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas do Trabalho do MTE.
Segundo o relatório, R$ 95 bilhões poderiam ter sido injetados na economia brasileira em 2024 se as mulheres recebessem o mesmo que os homens na mesma função.
Estados com menor desigualdade
Os menores índices de disparidade salarial foram registrados nos estados do Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal.