Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
A estação começa às 17h51 de sexta-feira (21) e vai até 22 de setembro.
O inverno no Rio Grande do Sul terá chuvas dentro da média e tendência de frio mais intenso devido à transição para o fenômeno La Niña. A estação começa às 17h51 de sexta-feira (21) e vai até 22 de setembro. Esse cenário resulta da perda de força do El Niño, o aquecimento anormal do Oceano Pacífico equatorial, que influenciou o clima global desde 2023.
De acordo com Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, os registros de chuva ficarão próximos ao esperado, variando entre abaixo e acima das médias climatológicas. “A partir do inverno e do segundo semestre, os eventos extremos têm tendência de não ocorrerem com a frequência que vimos em 2023 e 2024. A transição para o La Niña fará com que a chuva fique dentro da normalidade no inverno”, explica Borges.
A maior parte do estado costuma registrar entre 400 e 500 milímetros de chuva no inverno, abrangendo a Região Metropolitana, Serra, Nordeste, Norte e Centro. Espera-se volumes entre 300 e 400 milímetros no Sul, Campanha, Noroeste e Fronteira Oeste. Na região de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, a média é de 200 a 300 milímetros.
A previsão da Climatempo indica chuva abaixo da média em partes do Oeste e Norte. Em Passo Fundo, por exemplo, a chuva deve ficar abaixo dos registros históricos, que são 163 milímetros em julho, 130,8 em agosto e 165,5 em setembro. Volumes acima da média poderão ocorrer no Sul em julho; em Rio Grande, espera-se mais de 121,9 milímetros no próximo mês. Em agosto, a expectativa é de chuva acima da média na metade Leste do estado, incluindo Porto Alegre, onde a média para o mês é de 120,1 milímetros.
Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), explica que o fenômeno La Niña geralmente diminui a chuva no Rio Grande do Sul devido à rápida passagem das frentes frias e menor aporte de umidade da Amazônia. “Isso provoca menos chuva. A umidade vem com menos frequência e intensidade, resultando em um tempo mais seco”, afirma Lopes.
O risco de chuva volumosa e persistente diminui ao longo da estação, mas ainda há possibilidade de ocorrências entre agosto e setembro.
Expectativa de temperaturas baixas
Além de ser mais seco que o outono, a expectativa é que a transição para o La Niña torne o inverno gaúcho mais frio em algumas regiões. “Julho e agosto deverão ser os meses com menor temperatura por conta do ingresso de frentes frias. Não se descarta neve em pontos altos da Serra e geada tardia no segundo semestre. Esse inverno será mais frio na comparação com o ano passado”, acrescenta Borges.
As menores temperaturas são esperadas para Serra, Região Metropolitana e Campanha, onde a média das máximas varia entre 18°C e 20°C. Pontos do Extremo-Sul e Campos de Cima da Serra têm as menores médias climatológicas, entre 16°C e 18°C. Centro, Noroeste e Norte costumam ter máximas médias entre 18°C e 20°C. Áreas do Sul e Oeste devem registrar temperaturas abaixo da média entre julho e agosto devido à frequente chegada de ar frio polar.
Inverno de neutralidade
Um boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), publicado na última quinta-feira (13), informou que as condições de temperatura na superfície do Oceano Pacífico estão voltando à média climatológica após um ano de elevação, indicando o fim do El Niño no Brasil. O documento prevê a chegada do La Niña para o segundo semestre de 2024.
“O La Niña deve começar na segunda metade do inverno. Contudo, não teremos muita influência direta do La Niña agora no inverno. Como esse fenômeno vai se estabelecer agora, o processo de resposta da atmosfera é mais lento, e sentiremos os efeitos apenas no começo da primavera”, conclui Lopes.
País
A estação terá, de maneira geral, temperaturas acima da média em todo o Brasil, segundo a Climatempo. Especialmente entre agosto e a primeira quinzena de setembro, há previsão de novas ondas de calor.
Embora sejam esperados dias frios, com temperaturas possivelmente mais geladas do que no ano passado, os períodos mais quentes vão predominar e serão mais prolongados.
Com o fim do El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico Equatorial, há expectativa da instalação do La Niña no segundo semestre deste ano no país. O La Niña ocorre quando há resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. O fenômeno acontece a cada 3 ou 5 anos.
Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña incluem aumento de chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul com chuvas mais irregulares, e tendência de tempo mais seco no Sul. Além disso, o La Niña propicia a chegada de mais massas de ar frio ao Centro-Sul do continente americano, afetando países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e áreas do Centro-Sul do Brasil.
Fonte; Divulgação