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Organização projeta recessão mais forte em 2024, mas com crescimento do PIB maior do que anteriormente previsto para 2025.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para mais a previsão de inflação para a Argentina. A nova estimativa é de 250,6% para 2024. Em novembro de 2023, antes da posse do presidente Javier Milei, a entidade previa que a taxa chegasse a 157,1%.
“A inflação geral acelerou no final de 2023, o que implica um forte efeito de reporte para a inflação média anual em 2024”, estimou a OCDE, com sede em Paris.
— A inflação mensal disparou para 25,5% em dezembro de 2023 e deverá estar em níveis semelhantes em janeiro. Isso explica a forte revisão em alta — explicou Jens Arnold, chefe do departamento de Economia da organização.
Desde que assumiu o cargo, há menos de dois meses, Milei desvalorizou o peso em 50%, iniciou um processo de liberalização de preços e pretende modificar centenas de regulamentos e leis para tentar reverter uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza. O Congresso argentino debate um pacote de reformas ultraliberais.
“Espera-se que a alta inflação e o ajuste fiscal considerável provoquem uma queda do PIB na Argentina em 2024, antes da recuperação do crescimento em 2025, quando as reformas começarem a entrar em vigor”, afirma o relatório trimestral da OCDE.
Estimativa para o PIB de 2025 cresce
A organização prevê uma recessão mais forte este ano, com uma contração do PIB de 2,3%, face aos 1,3% projetados em novembro.
Em 2025, a Argentina voltaria a crescer, com uma expansão do PIB de 2,6%, sete décimos acima da previsão anterior. Nesse ano, a inflação seria de 64,7%, segundo a entidade econômica.
— As políticas macroeconômicas da Argentina tomaram um caminho positivo para a estabilização e redução dos desequilíbrios acumulados, mas ao longo deste caminho as coisas primeiro pioram antes de melhorarem — observou Arnold.
Depois de chegar ao poder, Milei, um economista de 53 anos, alertou que a situação iria piorar na terceira maior economia da América Latina, inicialmente com uma “estagflação”, ou seja, uma combinação de estagnação com inflação elevada em 2024.
Na quarta-feira (31), a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, avaliou que o governo argentino “está tomando medidas ousadas para restaurar a estabilidade macroeconômica”.
LUIS ROBAYO / AFP