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A Embrapa Pecuária Sul e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS) anunciaram a criação de uma Rede de Pecuária de Corte Familiar Agroecológica no Rio Grande do Sul. A iniciativa visa fortalecer a pecuária de corte familiar e proporcionar acesso a políticas públicas específicas para esse setor. A rede será financiada por uma emenda parlamentar de R$ 162 mil, proposta pelo deputado federal Elvino Bohn Gass, e terá a participação de pecuaristas familiares, entidades da agropecuária e representantes do setor.
Estratégia da FETAG para o desenvolvimento da pecuária de corte familiar
A Rede de Pecuária de Corte Familiar Agroecológica faz parte de uma estratégia mais ampla da FETAG-RS para promover a organização e o desenvolvimento da pecuária de corte familiar no Rio Grande do Sul. A federação tem buscado articular as entidades representativas desse setor em parceria com outras organizações, a fim de unir a categoria e garantir acesso a políticas públicas que atendam às suas necessidades específicas.
Unidades de Aprendizagem Coletiva para observação e análise dos modelos produtivos
Como parte dessa estratégia, a Embrapa irá estabelecer Unidades de Aprendizagem Coletiva (UACs), que terão como foco a observação e análise dos modelos produtivos adotados pela pecuária familiar em diferentes regiões do estado. A pecuária familiar tem demonstrado capacidade de produzir alimentos saudáveis e sustentáveis, alinhados às demandas contemporâneas. Os campos nativos do Pampa, ecossistema diverso e complexo, servem como base para a pecuária familiar, que adota princípios de manejo conservacionista e agroecologia.
Territórios como o Alto Camaquã lideram em produção sustentável
Territórios como o Alto Camaquã, que historicamente estiveram afastados do processo de modernização da agricultura, hoje se destacam na produção de alimentos a partir dos recursos locais, com ênfase na preservação da biodiversidade, saúde ambiental e valorização histórico-cultural. A formação da rede busca compreender a complexidade do sistema pecuário nessas regiões e a importância da presença dos pecuaristas familiares e sua organização em parceria com outros atores, visando a geração de renda a partir dos recursos locais.
Inserção dos pecuaristas familiares nas políticas públicas
A pecuarista familiar Vera Colares destaca a urgência de incluir os pecuaristas familiares na agenda das políticas públicas, reconhecendo o potencial dessas famílias na produção de alimentos. Segundo ela, a pecuária familiar é altamente sustentável, pois não requer alterações na natureza para produzir. No entanto, Vera ressalta que esses produtores têm sido esquecidos e precisam ser valorizados.
Estudos sobre ovinocultura e transição energética
Durante o evento, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou estudos sobre a cadeia da ovinocultura nos Polos Alto Camaquã e Fronteira Oeste, como parte da elaboração da Rota do Cordeiro. Os estudos identificaram desafios, como o destino da produção para abate na indústria, e destacaram que o incentivo à atividade agroindustrial, como a pecuária familiar, pode contribuir para a redução da informalidade, geração de renda e emprego. Além disso, o Dieese apontou a pecuária familiar como uma das importantes alternativas em um futuro plano de Transição Justa da Matriz Energética do Carvão, visando minimizar impactos socioeconômicos decorrentes do possível encerramento das atividades carboníferas na região de Candiota.
Fonte; Grupo Sideral