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País é o maior exportador mundial de aves e não registrou casos da doença em rebanhos comerciais.
O Brasil se posiciona contra a vacinação de aves para prevenir a gripe aviária, uma doença viral causada por alguns subtipos do vírus Influenza que afeta principalmente as aves, mas que pode infectar também alguns mamíferos. A razão é o receio de que isso leve a restrições comerciais por parte dos países importadores de carne de frango e peru, disse um representante do governo brasileiro nesta segunda-feira (23).
Casos em aves silvestres
O país, que é o maior exportador mundial de aves, confirmou oito casos de gripe aviária altamente patogênica (HPAI, na sigla em inglês) em aves silvestres, incluindo um no estado do Rio de Janeiro na segunda-feira, mas não em um rebanho comercial.
“Atualmente, o Brasil está livre de HPAI. Se nosso status epidemiológico mudar e eventualmente decidirmos vacinar… temos um forte sentimento de que seremos submetidos a algumas barreiras comerciais”, disse Eduardo Cunha, delegado brasileiro na sessão geral da Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) em Paris.
Cunha também é diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Risco para as exportações
Quase US$ 10 bilhões em exportações de frango estariam em risco se a gripe aviária infectasse rebanhos comerciais no Brasil, que assumiu um papel crescente no abastecimento de aves e ovos do mundo, já que os importadores proíbem a carne de frango e peru de países com o vírus.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa processadores de aves e suínos, disse à Reuters em comunicado que apóia estudos para vacinação contra a gripe aviária, em linha com ideias defendidas pelo Conselho Internacional de Avicultura (IPC) e pelo Conselho Internacional de Ovos. A ABPA se opõe à imposição de barreiras comerciais a países que adotam estratégia de vacinação.
A gravidade do atual surto de gripe aviária levou alguns governos a reconsiderar a vacinação de aves , mas outros, como os Estados Unidos, permanecem relutantes principalmente por causa das restrições comerciais que isso acarretaria.
O Brasil exporta aves e produtos avícolas para mais de 130 países, o que tornaria as negociações com esses importadores para aceitar seus produtos vacinados “um grande desafio”, disse Cunha.
Fonte; Grupo Sideral