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Assassinato, testemunhas coagidas e provas destruídas: as suspeitas da polícia sobre caso de caminhoneiro em Bom Jesus

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Quatro suspeitos foram presos na tarde desta quinta-feira (17) e estão no Presídio Estadual de Vacaria.

Investigação aponta para que Luciano Boeira Melos tenha sido atraído e assassinado na região de Caraúno, interior de Bom Jesus.

As investigações da Polícia Civil levantam as suspeitas de que Luciano Boeira Melos, 27 anos, teria sido atraído pela mensagem da mulher com quem se relacionava e acabou sendo assassinado na região de Caraúno, interior de Bom Jesus. As informações foram divulgadas pela corporação no início da noite desta quinta-feira (17). Quatro suspeitos foram presos durante a tarde, entre eles, a mulher e o marido dela. Além da suspeita de assassinato, todos eles são investigados por ocultação de cadáver. O caso é tratado como homicídio qualificado.

Luciano está desaparecido desde a noite de 26 de julho, mesma data em que recebeu a mensagem marcando o encontro em Caraúno. Câmeras de segurança foram analisadas e mostram que o caminhoneiro seguiu para o encontro com a mulher, próximo à casa onde ela mora, e não voltou mais.

A hipótese é de que depois de ser morto, os suspeitos teriam largado a moto do caminhoneiro na localidade de Casa Branca, a cerca de 30 quilômetros do ponto onde Luciano havia se encontrado com a mulher — a moto estava sob uma ponte.

Conforme a polícia, ao longo da investigação foram “constatadas inúmeras divergências nos depoimentos, indicando falsos álibis” entre os investigados. Nenhum dos suspeitos tinha passagens pela polícia antes do crime.

A polícia identificou ainda que os suspeitos apagaram registros dos celulares, destruíram provas e coagiram testemunhas a mentir durante a investigação. Em conversa com a reportagem do Pioneiro, o delegado responsável pelo caso, Gustavo Costa do Amaral, afirmou que “os suspeitos se recusaram a colaborar com as investigações”.

Além disso, celulares e uma arma de fogo apreendidos ainda estão passando por análise no Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre, até o momento, sem previsão de conclusão. A Polícia Civil aguarda ainda a perícia realizada nas casas dos suspeitos e nos veículos para a fazer a comparação de DNA. Outras diligências estão em andamento e permanecem em sigilo.

Nesta quinta, os quatro presos passaram pela audiência de custódia com um juiz em Bom Jesus e depois foram encaminhados ao Presídio Estadual de Vacaria.

O que diz a defesa
De acordo com o advogado que representa a mulher, o marido e cunhado dela, Ezequiel Carlotto, a defesa aguarda acesso aos autos do processo para fazer o pedido de relaxamento de prisão e, se for o caso, “impetrar habeas-corpus”.

— (Pode ser que os três sejam liberados logo), a depender da manifestação do Ministério Público (MP) e da decisão do magistrado na concessão ou não da liberação provisória. Posterior a isto, dependendo do despacho judicial, poderá ser impetrado habeas corpus ao Tribunal do Estado do Rio Grande do Sul — afirma Carlotto.

Adelar Velho Varela, que representa o pai da mulher investigada, mas não obteve retorno. Em último contato, feito nesta quarta-feira (16) após os suspeitos prestarem depoimentos, o defensor afirmou que acompanhou o cliente na delegacia e que ele não tinha nada a declarar por não ter qualquer envolvimento com o caso e não saber de nada.

Antes do desaparecimento
No último dia em que foi visto pela família, Luciano, que mora sozinho próximo à casa da mãe, teria feito uma faxina no quintal e dentro da própria residência.

Um comerciante que costuma atender a família revelou que Luciano havia feito um pedido para ser entregue na quarta-feira e insistiu pelo cumprimento da data de entrega. Eram dois travesseiros e um edredom novos.

Entre as últimas conversas que teve com a família, Luciano parecia animado e dizia que ficaria junto com a mulher. Durante o trajeto, Luciano enviou uma mensagem em áudio para outro irmão.

— Estou avisando só tu. Eu estou indo na casa dela lá, ela disse que saiu de casa, que foi para o pai dela. Qualquer coisa você sabe onde eu estou — diz um trecho do áudio a que a reportagem teve acesso.

Fonte; CLIC RBS
Arquivo pessoal / Divulgação

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