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Derreter o chocolate, esfriar e aquecer novamente. Assim são, tradicionalmente, as segundas-feiras de Simone Avila, que se define como chocolatier – além de empreendedora. Há três anos, uma dívida de R$ 100 mil fruto de uma tentativa de negócio exigiu que Simone procurasse uma alternativa para, além de se manter, quitar a despesa. “Eu não tinha noção de como fazer, eu só sabia comer chocolate, então eu comecei a pesquisar e estudar, me especializei para ver que tipo de chocolate era melhor e comecei aos pouquinhos a fazer, juntando com as outras atividades que eu fazia”, conta a profissional.
Com o tempo, o chocolate virou o foco do trabalho, antes dividido entre várias funções. “Peguei cem reais, comecei com esse valor, fiz o chocolate, vendi, deu certo… mas a primeira pessoa que eu dei para comer, quando ela mordeu, a trufa explodiu. Mas aos pouquinhos eu fui acertando, pegando as técnicas, porque como eu fiz cursos online era muito diferente da prática, então tive que testar até dar certo”. E, aos poucos, tem dado certo: o ponto de venda de Simone é a sinaleira da Rua Benjamin Constant, na esquina com o Colégio Protásio Alves, e os moradores dos arredores já conhecem o chocolate e a produtora.
Após passar a maior parte da vida no interior de Santo Ângelo, o gosto pelo tradicionalismo aflorou ainda mais ao vir para Passo Fundo, e esse carinho foi o que deu nome à sua pequena indústria de uma pessoa só: Tchê Chocolates Finos. “Eu cheguei aqui há 8 anos numa dificuldade muito grande, mas a cidade me abraçou. Então pensei que precisava fazer um produto que demonstrasse meu carinho, meu amor pela cidade que me acolheu”, conta Simone.
Além disso, os produtos orgânicos sempre fizeram parte da alimentação da empreendedora, que resolveu aplicar a característica natural também aos chocolates, que são produzidos sem glúten e sem gordura trans, além de 28% de cacau. O lento trabalho de preparo – uma espera de 4h para produção de 100 unidades – traz também o fator da personalização. Os trabalhos são feitos sob demanda e encomenda, assim, Simone consegue produzir os chocolates conforme o gosto do cliente.
A chocolatier reconhece que essa dedicação diária não é fácil, mas a intenção é expandir, um passo de cada vez. “É um trabalho de formiguinha, toda dia é um aprendizado. Sempre tem dias muito difíceis, não foi uma opção fácil ir para a sinaleira, foi a opção porque eu precisava, eu precisava resolver minha vida financeira”, relembra. “Alguns dias não dá vontade de ir, mas agora o povo já me conhece, têm pessoas que moram nos arredores e perguntam se eu não vou aparecer”, diz.
“É um trabalho de perseverança, tudo precisa ser no seu tempo”.
Fonte: Diário Da Manhã