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Federasul aponta necessidade de até R$ 176 bilhões para reconstruir infraestrutura após enchentes no RS

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Relatório divulgado por Fernando Marchet, vice-presidente da entidade, detalha os impactos econômicos e a insuficiência das medidas adotadas pelo governo federal.

Na manhã desta quarta-feira (28), em reunião de integração da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Fernando Marchet, vice-presidente e coordenador da divisão de Economia da entidade, apresentou cálculos sobre os impactos das recentes enchentes no Rio Grande do Sul (RS). O relatório, divulgado por videoconferência, estima que serão necessários entre R$ 110 bilhões e R$ 176 bilhões em investimentos para a reconstrução da infraestrutura perdida.

As projeções foram baseadas em informações históricas do Governo Federal, estimativas de mercado e dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Além da infraestrutura, Marchet abordou o impacto das enchentes em setores como pecuária e agricultura, mas ressaltou que os prejuízos totais ainda não foram totalmente contabilizados. “A falta de dados não permite uma análise mais consistente em alguns setores. Ainda há muitas respostas a serem dadas”, disse Marchet.

O relatório da Consultoria Empresarial Bateleur, elaborado pela equipe de Marchet, revela que, nos últimos 30 anos, cerca de 20% dos prejuízos nacionais causados por desastres climáticos ocorreram no RS, somando aproximadamente R$ 100 bilhões. Segundo a FEDERASUL, o custo de reconstrução após as enchentes deste ano supera o total gasto em três décadas.

Marchet destacou que a catástrofe climática interrompeu o crescimento econômico do RS, que estava projetado para ser de 4% neste ano, reduzindo a estimativa para -0,77%. “Pode parecer pouco, mas é uma queda de cinco pontos percentuais de acordo com a nossa estimativa. Em um cenário pessimista, pode ser arrastada para pior ainda, até -2%”, afirmou.

No cenário empresarial, Marchet apontou dificuldades de acesso ao crédito para a reconstrução. “Temos uma realidade em que muitas das garantias que as empresas davam para os bancos estão literalmente embaixo d’água”, explicou, destacando a tendência de aumento do endividamento das empresas afetadas.

Sobre as medidas adotadas pelo governo federal, Marchet criticou sua insuficiência. Ele mencionou que grande parte dos valores são direcionados a pessoas físicas através de benefícios financeiros e à suspensão do pagamento da dívida estadual. “Isso não vai ajudar a reconstruir a infraestrutura do Estado”, afirmou. Em um cenário mais pessimista, o montante necessário para a reconstrução pode chegar a R$ 176 bilhões. “Se reconstruir igual, a ponte vai ser arrancada de novo. Seria preciso um aperfeiçoamento. É necessário um investimento para melhorar essa infraestrutura”, concluiu Marchet.

Fonte; Foto Divulgação / Prefeitura de Porto Alegre

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