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Preço da soja despenca e preocupa produtores rurais do RS

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A saca de 60 quilos teve queda de 34% em relação à safra anterior e os custos de produção seguem elevados. A chuva das últimas semanas trouxe algum alívio, mas não resolveu o problema.

Os produtores rurais de soja do Rio Grande do Sul enfrentam um cenário desafiador neste ano. O preço da saca de 60 quilos da commodity teve uma queda expressiva em relação à safra anterior, passando de R$ 167, em fevereiro de 2023, para R$ 111, em média, neste ano, conforme dados da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro/RS). Em apenas um mês, a desvalorização foi de 8% — a saca era cotada em R$ 121 em janeiro.

A queda no preço da soja afeta diretamente a renda dos agricultores, que ainda têm que arcar com os altos custos de produção e os gastos com insumos, como fertilizantes, químicos, combustível e maquinário agrícola. Além disso, muitos produtores ainda têm dívidas de financiamentos e dos prejuízos causados pela estiagem dos últimos dois anos.

A chuva das últimas semanas trouxe algum alívio para os produtores, que esperam uma melhora na produtividade da lavoura. No entanto, a situação ainda é crítica em algumas regiões, que sofreram com o déficit hídrico durante o desenvolvimento da cultura.

Para o presidente da Fecoagro, Paulo Pires, os produtores precisam buscar alternativas para enfrentar a queda no preço da soja e garantir a sustentabilidade do negócio. Ele destaca que o tripé gestão, planejamento e profissionalismo é fundamental para o sucesso da atividade.

“O produtor começa a sentir num cenário diferente, ele se vê sem poder de compra ou de venda. E um conjunto de fatores envolve essa desvalorização, que vai desde a produção, até questões geopolíticas. Neste ano, temos um cenário bem mais favorável à safra, mas ainda assim há esse gargalo no preço”, afirma.

Uma das estratégias que podem ajudar os produtores é o escalonamento das vendas, ou seja, vender a produção aos poucos, buscando obter um valor médio das sacas, em vez de vender tudo por um único preço. Essa medida pode amenizar o prejuízo e aproveitar as oscilações do mercado.

No entanto, nem todos os produtores podem aderir a essa alternativa. Os pequenos agricultores, que cultivam áreas menores e produzem menos, muitas vezes precisam vender a colheita logo para pagar os custos de financiamento da lavoura, além dos débitos que permanecem ainda da época de estiagem.

Fonte; Fecoagro/RS

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