Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Elizete Boeira, 45 anos, ouviu quando Luciano Boeira Melos, 27, saiu de moto no dia do desaparecimento e não teve mais notícias.
Elizete Boeira, 45 anos, é mãe de Luciano Boeira Melos, 27, que está desaparecido desde 26 de julho.
Elizete Boeira, 45 anos, estava dobrando roupas no dia 26 de julho, quando ouviu Luciano Boeira Melos sair de moto. O filho, que mora ao lado da casa dela, está desaparecido desde a tarde daquela quarta-feira, quando saiu para encontrar uma mulher. Segundo a família, a mulher seria casada com outro homem e teria enviado uma mensagem afirmando ter se separado e marcado um encontro entre os dois.
— Ele tomou banho, disse que era para eu fazer a janta, que ele vinha comer aqui. Ele guardou a moto, porque não tinha ideia de sair, eu fui dobrar umas roupas e escutei o barulho da moto. Pensei para onde ele ia e vim na porta. Na mesma hora senti um aperto no peito, mas a moto já estava passando. Comecei a mandar mensagem e ligar para saber aonde ele ia. Lá pelas tantas ele respondeu que ia na cidade — lembra a mãe.
A reportagem do Pioneiro refez o trajeto percorrido por Luciano naquele dia. Da casa aonde mora até o ponto onde o encontro entre eles foi marcado, que fica em uma fazenda na localidade de Caraúno, no interior de Bom Jesus, são cerca de 15 quilômetros. Toda região é cercada de árvores, longos terrenos e com poucas casas.
— Ele deixou a televisão ligada, deixou carregador na tomada. Ele saiu para ir ali e já voltar, não saiu com a intenção de não dormir em casa, ele deixou tudo ligado. Eu acordei era 4h, olhei pela janela e vi que a moto não estava ali. Fui lá e desliguei a TV, achei que ele tivesse dormido lá na casa do irmão de criação dele. Eu pensei que de repente ele tivesse fugido com ela. Eu ligava, ligava e ele não atendia e não respondia — conta Elizete.
No último dia em que foi visto pela mãe, Luciano fez uma faxina na casa e no entorno dela. “Como se estivesse esperando alguém”, conforme lembra Elizete. No quarto, que até esta sexta-feira (4) continua como se estivesse prestes a terminar de ser arrumado, os cobertores por dobrar narram um trecho da saída imediata.
— Ele tinha comprado fronha de travesseiro e lençol novos. Acho que estava arrumando a cama quando recebeu a mensagem dela. E então só saiu. Saiu do tipo que ele estava, pegou a moto e o capacete e foi — conta a mãe, lembrando que até os documentos Luciano deixou em casa.
Pela manhã de quinta-feira (27), conhecidos da família viram a mulher e o companheiro dela em um posto de saúde. A partir dai, a ideia de que Luciano teria fugido com a mulher, foi esquecida. Como o homem não respondia ou atendia o telefone, a família começou a usar diferentes números para tentar contatar Luciano, mas sem sucesso.
A aflição pela falta de notícias
Conforme Elizete, ela ficou sabendo do relacionamento do filho há pouco mais de duas semanas. Ao ser informada de que a mulher era casada com outro homem, tentou intervir na relação.
— Eu falei que essa mulher ia destruir a vida dele. Disse que ela não queria ele, mas ele disse que ela queria sim e não adianta falar. Quem tinha que ter vergonha na cara era ela, porque ela era comprometida, ele não. Ela tem dois filhos — diz a mãe, aflita.
Desde o desaparecimento do filho e da mobilização entre conhecidos e familiares atrás de Luciano, a mãe conta não ter descanso ou vontade de fazer qualquer coisa. Conforme um dos irmãos, Luiz Carlos Boeira de Melos, os dias se tornaram iguais onde as horas não passam.
Nas buscas dos bombeiros já usaram cachorro, drone, bote e nada. Nessas horas, na nossa cabeça, a gente pensava que a hora que encontrassem a moto encontrariam ele ou alguma pista. Já passou de uma semana e nada. Parece que tudo o que a gente já procurou foi em vão porque a gente não acha nada. É como se ele só desaparecesse do nada — conta Luiz.
Para Elizete, as buscas diárias e a falta de notícia é a maior aflição. A mãe de Luciano deseja que qualquer novidade seja dada à família.
A mãe, que perdeu um filho há pouco mais de um ano, em um acidente de moto próximo ao mesmo ponto de encontro entre Luciano e a mulher, carrega consigo a esperança de encontrar o filho vivo.
— Ele não está morto. Não sei porque essas pessoas não devolveram ele ainda. A justiça pede para a gente esperar, mas não nos dá notícias, não sei o que temos que esperar. Não dão informação. Já passou de uma semana, a moto apareceu em um lugar totalmente diferente de onde ele foi. Nos pedem para esperar (por notícias), mas acho que a família tem o direito de receber uma explicação — conclui Elizete.
Nesta sexta-feira, mergulhadores do Corpo de Bombeiros devem iniciar às buscas por dentro do Rio dos Touros, onde a moto de Luciano foi encontrada na última segunda (31). Os bombeiros serão orientados pela Polícia Civil no início da manhã.
Fonte; Clic Rbs
FLÁVIA TERRES